Trabalho remoto com segurança, responsabilidade e engajamento
A configuração do atual mercado, associada às facilidades da tecnologia, às mudanças na lei trabalhista e à necessidade de redução de custos em boa parte das empresas. Fez com que o home office assumisse maior destaque nas relações de trabalho no Brasil. Fenômeno verificado primeiramente na iniciativa privada, a modalidade começa a ganhar espaço. Mesmo que timidamente, também no setor público e deve se integrar naturalmente ao dia a dia das organizações.
Apesar de certas vantagens tanto para empregadores quanto para empregados, ainda há muitas dúvidas quanto à melhor maneira de lidar com a novidade, que já é uma realidade consolidada em outras metrópoles mundo afora. Como garantir a segurança e a saúde dos colaboradores remotamente? Como mantê-los integrados às demais pessoas das equipes presenciais? O que fazer para engajá-los nas metas e campanhas da empresa? De que forma monitorar o desempenho e aferir a produtividade?
Pesquisa da Ibope Conecta, encomendada pela gigante Microsoft e divulgada no ano passado, mostrou que quase metade dos entrevistados – a maior parte mulheres pertencentes a pequenas empresas e com idade média de 37 anos – já havia feito home office, mesmo que parcial. Ainda segundo o estudo, a chamada geração Z. Com jovens nascidos entre 1990/2010, será a que vai se adequar melhor ao processo. Pois valoriza flexibilidade de horário, tecnologia e qualidade de vida no trabalho.
Mas o que diz a lei?
Mesmo não estando sob fiscalização direta da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) e/ou Serviços Especializados em Engenharia e Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). O colaborador remoto é obrigado a obedecer às Normas Regulamentadoras (NRs). Como no trabalho convencional, os ambientes precisam permanecer organizados, limpos, saudáveis e seguros, cabendo ao trabalhador seguir a orientação e adotar os cuidados recomendados pela organização.
A Lei n.º 13.467, de 13 de julho de 2017, alterou o panorama trabalhista brasileiro, provocando uma série de mudanças na CLT. Por meio da reforma, o teletrabalho passou a ser regulamentado.
Segundo a nova legislação, deve ser firmado um acordo entre as partes, determinando as condições para aquisição, uso, manutenção e fornecimento dos equipamentos e da infraestrutura para a prestação do trabalho remoto. Reembolso de despesas do trabalhador no exercício de suas funções também está previsto na lei. O trabalhador não tem direito a horas extras, mas pode negociar férias, entre outros benefícios.
O que fazer para assegurar o bem-estar e a produtividade a distância?
A RHMED|RHVIDA recomenda a seus clientes que já aderiram ao home office que acompanhem os funcionários da mesma forma com que faz com suas equipes presenciais. O trabalho remoto pode ser tão – ou até mais – produtivo. É sempre bom lembrar que colaboradores satisfeitos trabalham com mais empenho, se sentem prestigiados, com a autoestima elevada. Mesmo distantes no dia a dia, eles integram a empresa e precisam ter a sensação de pertencimento.
É importante que ele se sinta ainda responsável por sua dinâmica de trabalho. Que crie sua própria rotina, desde que haja claro comprometimento com a qualidade final e o ritmo da produtividade.
O que deve ser observado?
– O ambiente de trabalho deve ser confortável, arejado, iluminado adequadamente e livre de ruídos. As mesmas normas internas de uma empresa devem valer para o ambiente de home office: higiene e organização.
– A temperatura ideal deve ser a mesma dos escritórios: 20 a 23 graus. Daí, a importância da ventilação do ambiente.
– O trabalhador remoto deve seguir as recomendações em relação à ergonomia: posição de mesa, cadeira, monitor, teclado, notebook etc. Dependendo da atividade específica, pode haver necessidade do uso de equipamentos de segurança individuais, que devem seguir o mesmo padrão dos oferecidos internamente nas corporações.
– A postura correta da coluna e pequenas pausas para evitar longos períodos na mesma posição também são importantes. O ideal é que sejam pausas curtas, mas frequentes.
– Exercitar mãos/braços ajuda a evitar LER.
– Manter distância confortável das telas de PCs e notebooks dos olhos para evitar dores de cabeça e fadiga e problemas oculares.
– A empresa deve se responsabilizar por questões de medicina e segurança do trabalho, incentivar exames periódicos, vacinação, enfim, tudo que um trabalhador presencial tem acesso.
– Trabalho remoto não é trabalho incessante. Horários combinados devem ser obedecidos por ambas as partes.
– Reuniões de alinhamento para o trabalho em home office exigem regularidade, assim como avaliações de desempenho. O trabalhador remoto deve se sentir confortável para fazer críticas e dar sugestões.