Síndrome de Burnout será incluída na Lista Internacional de Doenças
“Quem nunca se estressou no trabalho? Frases como: ‘estou estressado com o trabalho’ ou ‘não aguento mais o meu trabalho’ podem ser ditas diante de momentos difíceis. Porém, é preciso ficar atento até que ponto esse tipo de frase é só um desabafo. Em 1970, um psicanalista alemão denominou o estresse crônico no trabalho como”(…) um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional”.
Atualmente, a Síndrome de Burnout é definida como um distúrbio psíquico caracterizado pelo estado de tensão emocional e estresse, provocados por condições de trabalho desgastantes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o conceito de saúde como “um completo estado de bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doenças e enfermidades”. Desta forma, percebemos que este conceito engloba uma visão muito mais ampla a respeito do estado de saúde plena, tendo significado coletivo e não somente individual. A manutenção da higiene mental é necessária para todos.
Manter um equilíbrio mental pleno requer uma boa adaptação às exigências do meio e um ajustamento do indivíduo dentro da comunidade em que ele está inserido. Com o passar dos anos, ocorre excessiva demanda de atenção, produção e participação, que, muitas vezes, as pessoas não têm capacidade de corresponder. O indivíduo é cobrado para produzir e render mais no trabalho, por meio do aumento da carga horária e horas extras, exigindo maior concentração e desempenho mental, consequentemente, abdicando do tempo de lazer e de relacionamento com familiares e vida social.
Sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônicos provocados por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes. A síndrome se manifesta, especialmente, em pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso.
Para identificar o distúrbio, é preciso avaliar alguns sintomas psíquicos, como agressividade, ausência no trabalho, isolamento, mudanças de humor, dificuldades de concentração, ansiedade, depressão, baixa autoestima entre outros; e alguns sintomas físicos, como sudorese, palpitação, pressão alta, enxaqueca, cansaço, dores musculares, entre outros, podem estar associados à síndrome. O início dos sintomas pode se dar pelo acúmulo de tarefas, responsabilidades, exigências e pressões sofridas pela alta demanda de trabalho. Há três componentes principais: esgotamento físico e mental, sensação de impotência e falta de expectativas.
Os profissionais mais acometidos pela doença são áreas da educação, saúde e segurança pública. A mulher é a que mais sofre com a sobrecarga da dupla jornada de ter um emprego e cuidar da casa e da família, cenário que pode levar à Síndrome de Burnout. Como formas de prevenir, lidar e combater a síndrome, é recomendável a prática de esportes, meditação, sono adequado e acompanhamento psiquiátrico.
O diagnóstico é realizado por profissional de saúde mental, seja ele psicólogo ou psiquiatra. A partir dos sintomas apresentados, história pessoal e contextualização do momento atual, o profissional realiza o diagnóstico. Com relação ao tratamento, em muitos casos, será necessária a associação de medicação e psicoterapia.
PROFISSIONAL DA RHMED|RHVIDA
Estudos apontam que a Síndrome de Burnout vem aumentando progressivamente e o aconselhável é que as organizações proporcionem uma melhor qualidade nos ambientes de trabalho, qualificando seus funcionários para exercer uma boa liderança.
“O objetivo é que tenham a sensibilidade de enxergar as pessoas que apresentam algum desconforto diante de suas atividades e encaminhar para ajuda profissional, antes que se torne um grave distúrbio”, finaliza Amanda Santana, psicóloga da RHMED|RHVIDA, líder em saúde, segurança do trabalho e saúde ocupacional.