Carnaval: vamos conversar sobre as DSTs?
A Organização Mundial de Saúde fez um alerta recente para a persistência dos altos índices de transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) no Brasil e no mundo. Segundo a OMS, de 2013 a 2019 não houve qualquer avanço nas políticas de prevenção. Atualmente, a cada dia, se registra o impressionante contágio de um milhão de pessoas no planeta.
E você deve estar se perguntando, agora, de que forma as empresas podem colaborar para reduzir a disseminação das DSTs?
Em primeiro lugar, promovendo a discussão do tema no ambiente de trabalho, sem qualquer tipo de preconceito, juízo de moral ou resistência. Todo o assunto é oportuno, desde que a abordagem seja apropriada.
Levantar o debate sobre a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis é uma iniciativa mais do que bem-vinda, principalmente no período de carnaval, quando, nem sempre, a informação e o bom senso são companheiros da folia. Um aspecto importante: todos na organização precisam se sentir à vontade para expor dúvidas, propor campanhas e fazer críticas à forma com que a empresa encara as DSTs.
RHMED|RHVIDA indica exames periódicos para prevenção de DSTs
Em primeiro lugar, é preciso planejar a linha de abordagem com os colaboradores. Como em outras ocasiões, enfatizamos a importância de incluir as famílias na discussão, uma forma de expandir o alcance da iniciativa à sociedade. O enfoque sempre deve ser o da prevenção, com informações confiáveis disseminadas por meio de newsletters, folhetos, cartazes e palestras com especialistas.
Falar de doenças com transmissão sexual não raramente causam desconforto. Há funcionários que por formação moral ou questões religiosas se sentem pouca à vontade diante do tema. Por isso, quanto mais objetivo o enfoque e mais precisas as informações, melhores serão a recepção e os resultados no ambiente de trabalho.
Incentivar que o colaborador faça exames médicos periódicos também é uma boa forma de combater as doenças, já que, em sua maioria, aumento significativamente as chances de êxito no tratamento. Cabe a empresa demonstrar acolhimento ao funcionário infectado, que, muitas vezes, teme o julgamento e a discriminação no ambiente corporativo.
São muitas as doenças sexualmente transmissíveis e entre as mais comuns estão: HIV (Aids), HPV, sífilis, gonorreia, hepatites virais e herpes genitais, entre outras. E a camisinha é a forma mais eficiente de impedir o contato com sangue, esperma e secreção do parceiro, evitando a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis. Deve ser usada sempre, em todas as relações sexuais, desde o começo. É importante verificar a data de validade na embalagem e, ao abri-la, checar se a camisinha está íntegra, sem perfurações ou imperfeições de fabricação.
Quais as doenças mais frequentes e sintomas:
Gonorreia – Infecção causada por bactéria. Na mulher, tem quadro clínico variado, desde formas quase sem sintomas até vários tipos de corrimento amarelado e com odor forte na vagina e uretra.
Sífilis – É causada por bactéria. De 20 a 30 dias após o contato sexual, surge uma pequena ferida nos órgãos genitais (internos e externos), tanto em homens quanto em mulheres. Em 2018, foram divulgados dados do Ministério da Saúde dando conta de que quase 160 mil pessoas contraíram a doença em 2018, 30% a mais do que o registrado em 2017.
Cancro mole – Dá-se pela transmissão da bactéria Haemophilus ducrey. A doença provoca feridas nas áreas genitais e na virilha, que causam dor. A secreção pode contaminar diretamente, sem ter relações sexuais, outras pessoas e outras partes do corpo.
Tricomoníase – É causada pelo protozoário Trycomona vaginalis. Na mulher causa corrimento amarelo e malcheiroso, que causa, em certos casos, irritação urinária. Não há sintomas em homens.
Herpes genital – Virótica, causa pequenas bolhas, com ardência ou queimação. As cicatrizam espontaneamente. O contágio sexual só ocorre quando as bolhas estão no pênis, vagina ou boca.
HPV – Sigla em inglês para Papilomavírus Humano, o HPV é um vírus que infecta pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto de homens quanto de mulheres, provocando verrugas anogenitais (região genital e no ânus) e câncer. A infecção pelo HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas. Há vacinas para prevenção da doença.
Candidíase – Micose ou fungo causada por um vírus. Provoca corrimento leitoso, com muita coceira. Chega a afetar 20% a 30% das mulheres jovens e adultas. No homem causa coceira no pênis e vermelhidão. Deve-se tratar o casal. Nem sempre a transmissão se dá por relação sexual.
Clamídia – É a doença sexualmente transmissível de maior incidência no mundo, podendo atingir homens e mulheres em qualquer fase da vida. Pode atingir, além dos órgãos sexuais, garganta e olhos. Nas mulheres, causa corrimento. Pode atingir bebês por transmissão congênita.