Busca pelo bem-estar no trabalho
Evitar acidentes é desafio para sustentabilidade do negócio
Diz a sabedoria popular que é sempre melhor prevenir do que remediar. Sem dúvida, antecipar-se aos acontecimentos negativos é a forma mais eficaz de evitá-los e uma grande prova de bom senso. A redução de sinistralidades está diretamente ligada ao investimento em prevenção de acidentes, segurança e saúde da organização. Apesar da unanimidade em torno do tema. Nem todas as corporações são capazes de transformar teoria em prática, tornando o ambiente de trabalho um lugar seguro e benéfico para todos.
Dados mais recentes da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelam que em todo o mundo, a letalidade anual de acidentes de trabalho é de 2,3 milhões de pessoas. Das quais mais de 2,02 milhões causados diretamente pelas atividades desenvolvidas sem proteção adequada ou de forma indevida. Além de doenças relacionadas às funções dos trabalhadores. As estatísticas globais dão conta de que, a cada cinco minutos, 20 trabalhadores morrem exercendo suas atividades. E o número de feridos chega a alarmantes 300 milhões todos os anos.
O Brasil ocupa hoje o quarto lugar mundial no ranking de acidentes e doenças do trabalho. Segundo dados da OIT, 1,3 milhão de casos com brasileiros têm como principais causas o descumprimento de normas básicas de proteção aos trabalhadores e más condições nos ambientes e processos de trabalho. O país fica atrás apenas de China (14.924), Estados Unidos (5.764) e Rússia (3.090) em número de mortes anuais: por aqui, a média é de 2.503 óbitos.
Segurança Exige Transparência
“É preciso tratar o tema segurança de maneira estratégica e promover um aumento no nível de consciência de todos quanto à importância de colocar a vida das pessoas sempre em primeiro lugar. Prevenir acidentes é fazer com que nada de ruim atinja quem quer que seja por nossa causa. Empresas que não investem com seriedade nisso podem pagar um altíssimo preço, humano e financeiro. Por isso, não contar com o acaso é, sim, uma medida concreta de segurança”, ressalta Antonio Martin, CEO da RHMED|RHVIDA, empresa que atua nos ramos de inteligência em saúde e em segurança do trabalho.
Martin acrescenta que não há atalhos ou improvisos para as empresas que querem alcançar bons resultados nessa área. “Segurança exige transparência, coragem, disciplina, seriedade e empenho. E isso envolve desde os executivos de alto escalão e o conselho de administração até clientes, investidores e fornecedores. Enfim, todos os stakeholders de uma empresa”.
Credibilidade, confiança e responsabilidade social
Financeiramente. A estimativa é de que os acidentes de trabalho correspondam a 4% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial em termos de dias perdidos. Gastos com saúde, pensões, reabilitação e reintegração. Especialistas no assunto em todo o mundo ressaltam que os cálculos sobre mortos e feridos não chegam perto de representar fielmente a magnitude do problema. Nem o impacto real na vida das famílias dos trabalhadores e nas economias dos países. Profissionais da área de SST (Saúde e Segurança do Trabalho) mundo afora acreditam que obter dados confiáveis facilita a determinação de prioridades e serve de base para calcular o progresso no setor.
E a redução do número de acidentes de trabalho está estritamente ligada a políticas de prevenção. Abrangendo, também as condições de trabalho além do ambiente corporativo. “Assim como não podemos descuidar do que acontece intramuros na empresa. Não devemos negligenciar a segurança dos que nos cercam no bairro, na cidade e na sociedade. Sobreviver no mercado é aprender a construir ambientes livres de acidentes, saudáveis e produtivos interna e externamente; é gerar credibilidade nas intenções e ações. Credibilidade e confiança são construídas com base na responsabilidade social”, avalia o CEO.
A Importância da Prevenção
A segurança ocupacional tem entre suas preocupações não só implantar medidas efetivas que evitem acidentes. Mas também práticas e precauções capazes de prevenir doenças ligadas à rotina laboral. A visão predominante nos dias de hoje nas principais organizações é que uma empresa só é saudável se seus colaboradores também o forem. Para isso, é preciso não fugir às responsabilidades. Não faltam exemplos para comprovar a importância da prevenção de acidentes e evidenciar o prejuízo que postergar decisões representa para um grupo empresarial, independentemente de tamanho, atividade, histórico ou posição na bolsa. “Fechar os olhos para o investimento em saúde e segurança de colaboradores e do negócio já desestruturou corporações poderosas, que poderiam, por meio de medidas preventivas, ter escrito outra história para si e para os outros. Cabe a cada empresa decidir que tipo de história quer protagonizar”, finaliza Martin.