RHMED|RHVIDA reúne especialistas em saúde na estreia série de encontros com dicas sobre planejamento na volta ao trabalho
A RHMED|RHVIDA deu início na quarta-feira (17/06) a um novo canal de comunicação com clientes, parceiros e colaboradores. Com temas voltados à prevenção e ao controle do novo coronavírus na abertura da economia pós-isolamento social, a série de encontros virtuais “Diálogos RHMED|RHVIDA” discutiu temas relevantes para a volta ao trabalho presencial, priorizando fundamentalmente dois aspectos: saúde e segurança no ambiente de trabalho em tempos de pandemia.
Na estreia da série, mediada pelo CEO da empresa, Antonio Martin, participaram do debate o dr. Carlos Eduardo dos Santos Ferreira, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), o dr. Evaldo Stanislau, médico infectologista do Hospital das Clínicas (HC-FMUSP) e a dra. Marcia Fiore, médica do trabalho, otorrinolaringologista e diretora técnica da RHMED|RHVIDA.
Na abertura da transmissão, Martin chamou a atenção para a multiplicidade de atividades econômicas e a necessidade de criar procedimentos específicos direcionados a cada perfil de empresa. O CEO da RHMED|RHVIDA frisou a importância de compartilhar acertos e erros: “Temos aprendido com os nossos acertos, mas também com os erros. Estamos aqui para somar experiências”, resumiu.
Para a dra. Marcia Fiore, a primeira providência das empresas na volta ao trabalho deve ser o planejamento de um criterioso plano de contingência, que inclua entre suas estratégias a criação de comitês internos associados à direção da empresa e a comissões (Cipa, por exemplo). Estabelecer ações abrangentes voltadas à análise e à avaliação de risco, mapeamento de casos (suspeitos e confirmados) e protocolos operacionais de prevenção da doença. Como bater ponto? O que fazer com os bebedouros? Quase tudo vai precisar ser reavaliado.
A definição dos grupos de risco – pessoas com mais de 60 anos, hipertensos, obesos, diabéticos e pessoas com imunodeficiência – e monitoramento permanente dessa população por meio de exames clínicos e de plataformas de controle podem fazer toda a diferença, acredita a dra. Marcia. O controle da temperatura corporal no acesso às empresas também é essencial no combate à disseminação da covid-19.
“De acordo com o setor de atuação, cada empresa reúne suas necessidades e especificidades. Porém, há procedimentos de comprovada eficácia, como flexibilização de horários, estratégia de turnos alternados e o prolongamento do teletrabalho para determinadas funções”, disse.
Quanto à prevenção, Marcia recomenda práticas que minimizem o risco no ambiente de trabalho. Criar barreiras físicas à transmissão da doença, incentivar o distanciamento de, pelo menos, dois metros entre os postos de trabalho e a distribuição de EPIs aos colaboradores (máscaras, escudos faciais de acrílico e luvas, por exemplo) são fundamentais. “Entendo que reuniões presenciais devem ser abolidas”, afirmou.
O dr. Evaldo Stanislau chamou a atenção para o fato de estarmos numa pandemia, o que exige uma dinâmica diferente de tudo que já havia sido empregado na preservação da saúde dos colaboradores, de seus familiares e da sociedade em geral. “Tudo é muito inédito. Cada dia há uma nova informação sobre a doença”, observa. E completou: “O certo é que o vírus se transmite por proximidade. Sabemos também que ele sobrevive no ar por algum tempo e que, por isso, ambientes fechados são mais propensos à sua propagação. Portanto, o distanciamento e as barreiras físicas entre as pessoas no ambiente de trabalho são imprescindíveis. É um vírus de rápida transmissão, que atinge de formas diferentes as pessoas. As empresas devem planejar protocolos e buscar o diagnóstico precoce da doença em seus quadros, a fim de evitar a disseminação em suas equipes”, aconselha.
Segundo o patologista, não são só os sintomas dos funcionários que devem ser observados, mas também os de seus contatos. “É uma doença sistêmica, que atinge não só as vias aéreas, mas que compromete o funcionamento de diferentes órgãos, com consequências ainda desconhecidas no longo prazo. Ainda não sabemos quais serão as sequelas e como as empresas terão que aprender a lidar com elas. A detecção precoce e o monitoramento são importantes não só nos grandes centros, mas também em regiões mais remotas, onde a infraestrutura hospitalar é menor”, pondera, lembrando ainda que de 80% a 85% dos infectados apresentam sintomas brandos ou são assintomáticos.
Para dr. Stanislau, a telemedicina é uma importante aliada, especialmente em regiões remotas. “É preciso pensar na volta ao trabalho com antecedência e buscar todos os reforços possíveis – clínicos, estratégicos e operacionais – para zelar pela segurança e saúde dos trabalhadores”, recomendou.
Também defendendo atrações de prevenção, o dr. Carlos Eduardo falou de sua própria experiência, explicando que o vírus pode manter o poder de contágio mesmo após o prazo de quarentena. “A evolução não é a mesma, varia de paciente para paciente. Alguns apresentam alta concentração do vírus, que se estende por semanas. Eu, por exemplo, tive um conjunto de sintomas e há pessoas que não dão qualquer sinal de que tiveram contato com a doença, mas, mesmo assim, são capazes de transmiti-la”, esclareceu.
O infectologista diz que diferentes fatores podem ser levados em conta na volta às atividades econômicas. As empresas grandes, segundo ele, devem optar pela testagem padrão ouro, capaz de avaliar a presença do vírus mesmo nos assintomáticos. De acordo com o dr. Carlos Eduardo, muitas organizações compraram testes sem qualquer pesquisa, consulta a especialistas ou planejamento. “A compra pode ter sido em vão, já que há testes rápidos que detectam só a presença de anticorpos. Ou seja, há uma janela perigosa capaz de levar à contaminação de mais pessoas na empresa. É o chamado falso negativo”, disse.
Além da testagem, ele recomenda a triagem clínica na volta ao trabalho, com a observação de todos os protocolos de proteção já citados pelos demais debatedores.
Confira a estreia da série “Diálogos RHMED|RHVIDA” na íntegra, acesse o link aqui.